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27.11.10

3 – Bem, não era um pesadelo... Inferno.

Um dia inteiro havia corrido desde que a minha preciosa forma de garota problema, fora transformada em uma maluca e imponente, Extradotada. Depois de tomar um belo banho, minha mãe comprou sete malas e as preencheu com roupas de meu estilo – o contrário do que qualquer mãe faria. Logo ela falara com o representante da APE, e eles já tinham a minha papelada em mãos, antes de eu me tornar... Isto. Estranho – com toda a certeza.

Eu não estava gostando de me manter com aquele pentagrama no meu peito, do qual retirava todas as minhas forças e me deixava mais inválida do que eu geralmente sou. E sem falar que é um atentado contra moda – e, sobretudo, minha esbelta forma de garota adolescente super sexy – hmpf.

Meus pais estavam absurdamente orgulhosos de mim, tipo assim, qual é? Sua filha se torna uma completa... Superdotada (?) e eles ficam completamente contentes com a idéia? E mesmo sabendo que ela vai ter de se mudar para um lugar onde todos são iguais a ela? Bem. Talvez eles ficassem contentes, quando não tivessem mais uma garota tão complexa em frente de seus olhos, por que, imagine companheiro, convivendo com uma filha absolutamente perfeita, a idéia de não ser nem um pouco superior á ela na mente brilhante, mirabolante e frenética, não se obtêm metade da beleza e a atração por adolescentes do sexo oposto, deve ser um tanto desoladora aos pais – ou seja – se sentem fracassados, - comparados á perfeita e sexy filha – que está sendo mandada para um campus do APE...

E eu estava na porta da minha casa – Em Chicago – Illinois – com meus pais – existe a droga de uma maneira educada para dizer que seus pais estão idiotamente felizes? – na espera que o pessoal da APE – digamos minha futura tutora e os mercenários que cuidam da droga do colégio dos Extradotados.

Então, eu já tinha me despedido de quem realmente importava – e quem não tinha medo ou nojo de mim. Que ótimo – estou usando a droga do sarcasmo, companheiro. Ou seja, essas pessoas se resumem á: meus pais, meus avôs, e os garotos do colégio – com exceção de Tyler McField – que acharam fatalmente legal a idéia de eu ter me tornado uma adolescente letal.

E aí, nada mais faltava. Eu tinha mesmo que aturar aquela maldição de pentagrama pendurado em meu pescoço – que eu sentia que sugava toda a minha energia, e drenava minhas emoções e eu me perguntava qual era a maldição de dom que eu tinha. Mas eu sabia que se eu tirasse a droga do pentagrama, ele simplesmente deixaria que minha casa se tornasse algo semelhante ao refeitório – mais uma vez: ÓTIMO.

Lista de coisas básica e essenciais para levar ao APE:

· Dicionário segundo Claire Bennett;

· Ipod;

· Coleção de óculos de sol;

· Sete malas de roupas, sapatos, objetos pessoais e num geral;

· Coleção de CD´s Blink 182;

· Dez livros com conteúdo ainda não lido;

· Iphone;

· Câmera digital;

· Shampoo de babosa & tintura capilar rosa flamingo;

· Notebook;

· Palm top;

· Um mapa de Los Angeles - Califórnia;

· GPS;

· 1000 dólares em dinheiro vivo;

· Lençol de 100% algodão;

· Colírio;

E por ultimo e não menos importante:

· Coleção de maiô e biquíni.

Bem, eu estava indo para Los Angeles - Califórnia, e obviamente eu iria parar em algo que se relacionasse a piscina ou mar. Então, como a fantástica garota Bennet é: completamente preparada.

- Eles chegaram! – minha mãe guinchou olhando pela janela, e bateu palmas de excitação. AAAARRRGG!

- Ok, mãe. – disse respirando fundo e segurei firme no braço do sofá, e me levantei. Aquele pentagrama estava se tornando um problema sério. – Já entendi.

Segurei minha bolsa estampada com chapéus de cowboys e caminhei até a porta que estava sendo batida. E minha mãe com uma felicidade extrema, abriu-a.

- Senhora Bennett – a voz de uma mulher era respeitosa, e quando pude vê-la, percebi que ela era jovem e linda. Nossa – pensei – talvez esse troço de Extradotada ajude com a aparência das pessoas, bem, em minha maravilhosa face, porém, não há nada a ser mudado. – Eu sou Ariela, a tutora de Claire.

- É um grande prazer conhecê-la Ariela.

- E a senhora deve ser Louise e o senhor Richard...? – ela inquiriu. A mulher tinha cabelos muito vermelhos, poderia facilmente me confundir entre uma labareda e os cabelos dela. E seus olhos eram cobre. Estranhamente cobre. Feições finas e alongadas, e um busto grande demais – para meu gosto. Na verdade, bustos estão fora do meu gosto. Meu pai cumprimentou Ariela-cabelos-de-fogo, e ela olhou para mim.

- E você é a tão falada Profetisa, certo? – ela sorriu para mim, convidativa. De um jeito que me pareceu até... Materno.

- Eu? Falada? Profetisa?

E ela iria me explicar... Quando seus olhos se chocaram com o pentagrama no meu peito, seu rosto lívido e contente ficou... Pasmo (?)

- Querida, á quanto tempo está usando isso? – ela olhou para um brutamonte que estava atrás dela, que eu ainda nem tinha dado conta da existência, e o cara automaticamente saiu porta á fora, atrás de óculos escuros sociais, e voltou para dentro com uma tiarinha de metal. Bem, para ser mais específica, era apenas uma argola de metal – Isso deve estar te deixando fraca demais! – ela exasperou e pegou da mão do homem a tal tiarinha.

- Bem, há um dia e meio, mas não precisamos dessa coisa pra controle? – arqueei a sobrancelha.

- Esse pentagrama é um estilo completamente retrógrado. Temos que entrar em contato com o pessoal que lhe arranjou isto, profetisa. Temos tecnologia mais proveniente á muito tempo. – ela incumbiu. Caminhou para perto de mim, colocou a tiara, e com leveza retirou aquele inferno de pentagrama, me fazendo sentir-me viva de um segundo á outro. Como se eu estivesse bebido um energético e ele estivesse fazendo imediato efeito. Senti minha aura corporal se tornou forte, e eu me senti... não-humana... como eu vou explicar? Quando eu era humana, eu não me sentia tão... forte (?) Bem, eu me sentia mais bonita – o que eu achava ser impossível. Hmpf. – Melhor? – ela pediu.

- Muito. – e eu remexi os ombros com as pilhas carregadas.

- Que bom. – ela sorriu. – Bem, Senhor Richard e Senhora Louise... sinto por não poder ficar para conversar mais... Mas o passaporte e a des-alienação de Claire foram entregues para o representante da APE de Chicago e estão no carro... E nosso vôo sai em vinte minutos, temos que nos apressar e rezar para que o transito esteja bom. – ela disse, parecendo um pouco preocupada, e como apenas minha mãe fez nesse ultimo um dia e meio, ela colocou as mãos em meus ombros e olhou para mim. – Profetisa, despeça-se de seus pais, onde estão suas bagagens? Laster precisar colocá-la na BMW... – apontei para o canto com tantas malas. Ela não pareceu surpresa, o cara que eu descobri ser Laster, caminhou até as malas e pegou quatro de uma vez. Meus olhos saltavam das orbitas, mas me mantive em calma.

Ela soltou meus ombros e saiu pela porta, me dando um olhar encorajador.

- Hm... – disse engolindo seco e olhando na direção de meus pais – Acho que está na hora. – e vi meu pai derramando lágrimas como minha mãe – Hey animem-se! Eu não estou me casando! – eles riram um pouco, e meu pai sorriu.

- Minha menina problema, eu vou sentir saudades... – eu não esperei que ele fizesse contato físico. E ele não o fez, mas soprou um beijo em minha direção.

- Bem, querida. Vamos lhe visitar em breve. – ela sorriu e limpou as lágrimas de seus olhos castanhos, e tirou os cabelos louros que colaram nas lágrimas.

- Uma ligação basta, mãe. – sorri. – Bem, tchau então; - disse e saí porta a fora sem dizer mais nada.

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